Pericondrite por piercing



A pericondrite é uma infecção que envolve o pericôndrio do pavilhão auricular. Desencadeada pelo piercing (quando o mesmo é feito de uma liga de baixa qualidade), é secundária a uma reação alérgica ao níquel. O diagnóstico é essencialmente clínico, porém a realização de cultura e antibiograma é fundamental. Os patógenos freqüentemente envolvidos são germes Gram negativos. As pericondrites são infecções de evolução lenta localizadas na cartilagem auricular e resultam em lacerações, contusões, cirurgias ou outras afecções.

A pericondrite do pavilhão auricular induzida pelo piercing vem se constituindo em uma afecção freqüente principalmente entre os jovens.

Os primeiros sinais e sintomas surgem dias a semanas após a colocação do piercing. Os pacientes apresentam dor intensa, eritema, edema e endurecimento.
O agente etiológico mais encontrado na pericondrite por piercing é a Pseudomonas aeruginosa e a sua inoculação decorre da exposição do pericôndrio e das cartilagens do pavilhão, durante ou após o procedimento. Outras bactérias podem também estar associadas, principalmente o Staphylococcus aureus.

As principais complicações são: dermatite de contato e reação de hipersensibilidade ao níquel.

O tratamento consiste em drenagem cirúrgica, antibioticoterapia e antiinflamatório sistêmico.

COMENTÁRIOS FINAIS

A utilização do piercing está relacionada a sérias complicações, principalmente em locais de baixo suprimento vascular (cartilagem auricular). Em nossa experiência e na literatura, o material envolvido na reação de sensibilização é o níquel. O tratamento é baseado na antibioticoterapia oral e endovenosa nos casos não responsivos a terapêutica oral. A drenagem cirúrgica é imperiosa na presença de abscesso pericondral. É importante que o otorrinolaringologista realize precocemente o diagnóstico e o tratamento efetivo a fim de minimizar as deformidades estéticas.

FONTE: http://www.scielo.br